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Julia Campanucci

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Mal Acostumada!




E ao longo da vida eu me deparei com algumas paixões, e estranhamente em todas elas eu até tentei negá-las, fugir, não encarar ... era como se o meu sinal de alerta me dissesse: Isso não vai dar certo, não vai prestar! Eu ouvia a sirene e ainda que eu quisesse fugir, parecia que já era tarde demais ... é vírus instalado, sistema contaminado, é coração infectado. Aí não tem jeito, tem que esperar e as vezes se entregar...  


O problema das minhas paixões e que elas eram todas, no geral, proibidas pra mim. 



Então, eu só conhecia o proibido, o inaceitável, o improvável... eu conhecia o amor bandido, aquele escondido, de beijo roubado, encontro capturado, quarto fechado, trabalho adiado, patrão enganado, aula matada e hora marcada. O amor pra mim era assim e até poderia ter outro nome _ sufoco! Eu só sabia, se fosse assim. Eu só amava, se fosse assim. Eu só era feliz, se fosse assim.



Mas a vida sempre nos surpreende, e um dia, diferente de tudo aquilo que eu sabia, surgiu o amor. Tal qual, o príncipe encantado dos desenhos animados, o amor surgira para mim. Chegou calmo, silencioso, chegou sereno. Eu não precisei fugir, não precisei correr, ele não me raptou, não me fez esconder, não precisei mentir, nem omitir tanta coisa, quanto a paixão me fizera acostumada. Mas eu confesso que eu não sabia o que fazer, eu não sabia como agir, fiquei estagnada, paralisada, estasiada com o amor.



Como Rapunzel, liberta da torre, eu estava solta _ nós estávamos livres. Eu podia tudo o que eu quisesse, mas eu não sabia o que querer, não me parecia digno o poder de amar. Minha mente apavorada, desesperada e tão mal habituada lançava sinais de falência ao corpo que pedia pra viver, pedia pra correr ... Meu corpo recusava o amor, (jamais o ser amado) afugentava a pacificidade, a tranquilidade, a certeza de que agora era pra valer... Ele pedia a adrenalina, o perigo, o risco, o suar frio, o disparate, as mãos geladas, a ritmia - ele queria a química, o fogo intenso da paixão.



Logo agora, que eu me via contemplada com o amor, o meu "eu" tão besta e imaturo, me troca o certo pelo duvidoso, me pede pra correr e fugir dali. E não era porque estava ruim, mas era bom demais e eu ...  eu não estava acostumada! 


Julia Campanucci





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