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Sem mais,
Julia Campanucci

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Histórias

Morar em cidade pequena tem seus desafios e suas vantagens.
O desafio é fugir do marasmo, é ter criatividade de inovar e achar graça no imutável. Já a vantagem está em rever com facilidades pessoas bacanas que você preza, que você gosta. Topar na rua, na padaria, na praça, no parque com aquele amigo que estudou contigo, alguém do antigo trabalho e até aquele gatinho que você já paquerou um dia, kkk

Outro dia revi um professor muito bacana que lecionou aulas de história quando eu estava no colégio, há 13 anos, acredita? Ele não foi só meu professor, foi também meu diretor. Essa história eu vou contar...

Eu sempre estudei na escola do meu bairro, havia outras escolas de renome na cidade, mas minha mãe achava que não era certo, que a fama da escola é o aluno quem faz, se vc for boa aluna, sua escola será boa, e vice e versa. Na verdade hoje eu concordo com essa teoria, mas quando adolescente eu não gostava muito não,  até pq eu tinha amigas que estudavam em outra escola e que viviam me convidando pra estudar com elas e eu morria de vontade de ir... mas enfim...

 Então fiz o primário na escola do meu bairro e dois anos do ginásio em outra escola, com uma linha mais rígida, os diretores eram bem firmes, a escola era menor e eles (diretores) conheciam os alunos por nome e os pais dos alunos tbem... Ainda assim, me lembro de aprontar horrores nessa escola, junto com minha amiga Camila Mello, a gente se divertia muuuito. Fiz gdes amigos nessa escola e me lembro com saudade de muitos deles.
Porém, nessa escola rígida (foto) era comum ouvirmos que os alunos do colégio do centro, eram os tais, e que lá tudo era muito liberal, um verdadeiro oba, oba... A gente contava nos dedos o tempo que nos restava para dar adeus aquele regime fechado e sentir o prazer da  liberdade.


Triste ilusão de Policarpo Quaresma e de nós estudantes do ginásio, kkkkkkk.

No meu  1º dia de Colégio, eu toda animada, achando tudo o máximo e pronta pra me sentir livre, até que bate o sinal para a transição de uma aula pra outra e então, houve uma demora para a chegada do próximo professor que, até então, eu nem imaginava quem poderia ser, aí achando que era o começo do "oba, oba" sai pra curtir a nova escola, (foto)


De repente me deparo que não há mais ninguém zanzando, somente eu. Volto pra sala certa de que a galera nem estaria mais lá, jurando que eles já teriam ido embora (afinal a escola agora é liberal) rsrsr 

Mas Que nada, lá estava ele,  meu professor de história. pedi licença e fui me adentrando a sala tentando encontrar meu lugar pra sentar, quando me deparo com a seguinte questão:
_ Onde vc estava pra tá chegando essa hora na aula?
_ (pensa, pensa, pensa...) tomando agua professor.
Depois disso prefiro nem mencionar aqui o esfrega que ele me deu, aí pra finalizar ele disse que era a primeira e a ultima vez que eu chegara atrasada na aula dele e ainda me perguntou se estavamos entendidos.

Pronto! esse professor destruiu meu sonho de liberdade. Me mostrou a realidade da escola. Sei lá se essa era a mesma realidade para todos, porém pra mim fez grande diferença nos anos que se seguiram. Não que não tenha havido os 'oba-obas' da vida escolar o que é comum e até normal acontecer, mas a escola da minha epoca não era de forma alguma uma farra geral todos os dias.

kkk, meu professor não deve nem imaginar, mas eu tinha tanto medo de chegar atrasada na aula dele, que eu saia igual doida correndo pelos corredores (ahh é que nas semanas seguintes, nossa escola se modificou e, começamos a ter salas ambientes) a sala de história ficava num corredor na área externa do colégio e muitas vezes eu me encontrava no pavimento superior tendo aula de matemática, física ou no lab de informatica e aí a próx aula era do professor Simonetti (foto) e eu saia correndo, kkk



Ele era um professor serio, mas a aula dele era fantástica, muito boa mesmo, dinâmica...
Alguns anos depois ele se tornou o diretor dessa escola, aí me aconteceu outro episódio.

Eu estava bastante insatisfeita com as aulas de matemática, pois nossa professora titular havia se afastdo e tinhamos aulas com eventuais, era horrível. Aí eu tive a (péssima) ideia de encabeçar um paredão. Armei todo o esquema. O plano parecia perfeito e até seria, se um unico colega não tivesse tido dores de barriga e ter ficado no banheiro, enquanto toda a turma saia pela portaria na maior moral infiltrados com uma turma que estava oficilamente de aula vaga, kkk

É mole? kkk esse aluno ficou para trás e foi obrigado a assistir a aula de matemática e pior me dedou pra professora, pra coordenação e muito pior, pro diretor.

Mas eu, fora da escola, nem imaginava que essa caca toda estava acontecendo. Na verdd tive o dia e a  noite do justo.

 No dia seguinte, fui pra escola como um dia normal, comum... Mas ao entrar na escola me barraram na portaria, era a dona Eva (inspetora de alunos, sim no meu tempo de escola havia essa função) me deixando a par da situação com os seguintes dizeres:
_ Espero que vc tenha uma boa explicação, o diretor tá te esperando na sala dele.
_ O quê?! Por quê?!
(em tom de sermão) ela foi dizendo tudo o que houve

kkkkkkkkkkkkk hoje eu consigo rir da situação, no dia eu quase desmaiei, ainda mais depois que eu ouvi a palavra suspensão. Já pensou ficar suspenso do colégio no mínimo 3 dias
Eu quase matei o garoto que teve dor de barriga, kkkkkkk

Bom , o jeito foi implorar pra que ela não me levar pra direção, até pq eu não conseguia pensar em nada, nem em uma explicação, pedido de desculpa ou sei lá o que...
Tudo bem, ela me deixou ir para a sala, cheguei lá, contei pra galera o que havia ocorrido e que simplesmente estávamos fritos.
Não demorou muito e o professor, é o de história, que agora era meu diretor aparece na porta, tentei me infiltrar dentro da carteira, pra não encará-lo. Não deu certo, é claro.
Eu achei que ele fosse brigar um monte. Mas não, (o que foi muito pior) ele simplesmente comunicou que nossos pais seriam convocados para assinar nossa suspensão.

E agora?! Todo mundo desesperou geral. A professora que lecionava a aula de biologia não entendeu nada do que havia acontecido, mas disse: _ eita, tão lascados, kkkk

O pior é que eu me sentia responsavel pelo resto da turma visto que a (péssima) ideia tinha sido minha. E eu sabia que só um pedido de desculpa pra galera não resolveria o problemão que teríamos que enfrentar. Era preciso ação.

Aí me cobri de coragem, não sei nem da onde eu arranquei e fui lá falar com o diretor.
Venci o primeiro desafio. Pois achei que ele nem me atenderia, mas ele me atendeu. 
Segundo desafio tbem vencido pq ele me ouviu, o que eu tbem não acreditava. É verdd q  não foi tudo maravilha, tive que ouvir bronca, pq teve, é claro que teve... Mas teve dialogo, tbem, a gente conversou, eu sei que eu perdi a razão quando matei aula e o que viria seria consequência, ele me fez entender que a gente tem q pensar antes de agir, ainda mais quando se envolvem tantas pessoas. Pedi desculpas, prometi não fazer mais,  no fim tive que pedir pra ele não suspender a gente do colégio, nem chamar os pais (foi a parte mais dificil) convence-lo de que meu pai e o pai de muitos dos meus colegas nos matariam. kkkkkkkk (um prof não acredita que essa graça um dia lhe seja concedida) kkkk 

O Pior foi que ele não disse nada, não me tranquilizou. Antes,  usou uma cartada de mestre e finalizou aquela seção com a seguinte frase "vou pensar"
A verdd é que ele não pensou em nada, fui eu que passei o ano todo pensando que a qualquer minuto ele poderia ligra pro meu pai. kkkkkk

Ele foi ou não foi o meu melhor professor? Claro que foi... Quando eu crescer quero ser igual a ele!


Abraços,
Julia Campanucci






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