Ah, sou também desorganizada, até por necessidade. Preciso de certa desordem para produzir e paradoxalmente organizar as idéias. Bem, é mais ou menos isso que eu sou, ou o que penso que sou. Melhor seria que outra pessoa me apresentasse e vendesse a minha imagem da forma como me vê. Sim, porque às vezes eu sou essa mulher que os outros pensam que sou. Porém, estou sempre lutando muito para ser eu mesma. Mas, confesso, tenho medo. Penso que se eu tirar de mim tudo o que me atribuem e tudo o que eu me atribuo, fico nua. Aí me sinto meio que profanando a natureza das coisas, a nudez choca, principalmente a nudez de alma e espírito. Então, tento me livrar das coisas que julgo piores, mas esse exercício é muito perigoso. Nem sempre a gente acerta e como diz Clarice Lispector “Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro.” Assim respeito a pessoa que sou, sem querer fazer de mim uma perfeição, até porque as pessoas perfeitas são insuportáveis. Obrigada pela a atenção dedicada a meus escritos. Um abraço, |
Lucilene Machado
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