É, sou crítica mesmo. Sou dona de uma crítica não verbalizada, mas impressa no olhar e no bico da minha cara.
Sou crítica, exigente, xarope... Tomo do meu próprio elixir amargo, certa de que ele me fará alguém melhor, e me faz!
Sirvo aos que me cercam porções abundantes das minhas verdades, do meu julgamento e daquilo que faço a crítica... Não dou opção, não aceito rejeição ... é tiro e queda. Pá! pumba... sem diplomacia, à queima roupa...
Quem não tá acostumado, fica estasiado, se assusta, horrorizado... não entende o amplo contraste da doçura e da amargura, da mansidão e da aspereza, do meu elogio e a falta dele.
Mantenho em corda bamba, sou a jurada de uma reta final, aquilo que acho pode ser bom e fatal...
Não sou assim à toa. Afinal, não somos quem somos de repente. Ao contrário, somos feitos, modelados, inacabados...
Pra chegar ao produto final é preciso calcular os muitos valores iniciais:
A situação parece crítica, mas na verdade nem é, é realista. Tem coisa que não dá pra ser mais ou menos, ou é ou não é. Ou faz direito ou não faz, tem coisa que não tem negociação, não dá pra fazer rolo, negócio, tirar vantagem, tem coisa que é obrigação, que é fato, que é pontuado, classificado, não dá pra ser arranjado...
Eu cresci assim, eu vivi sob essa influência, eu fui cobrada e pior... eu aprendi a cobrar! O meu preço é alto.
Meu trabalho é crítico, é avaliador, é classificatório é palma ou vaia, não tem meio termo.
Eu sou a cobra que cobra... Eu sou a chata que achata, aperta, pega no calo, a pedra do sapato...
Quem tem noção da obrigação nem carece de atenção, não precisa de elogio ... já tem certeza do prestígio!
Julia Campanucci
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