Lembrando que...

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Caso vc seja o autor de quaisquer materiais, deixe seu recadinho, que lhe darei os devidos créditos.
Sem mais,
Julia Campanucci

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um amigo querido me disse:



"Não é difícil para alguém gostar de você.
 O problema está em fazer você gostar de alguém"




terça-feira, 27 de novembro de 2012

Felicidade Clandestina


Felicidade clandestina - Clarice Lispector

Clarice Lispector
O Primeiro Beijo
São Paulo, Ed. Ática, 1996

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Não há perdão para a falta de amor... Não há!






"O amor deveria perdoar todos os pecados, 
menos um pecado contra o amor. 
O amor verdadeiro deveria ter perdão para todas as vidas, 
menos para as vidas sem amor."
(Oscar Wilde)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Amor não vai passar




Guarde segredo
Que te quero
E conte só
Os seus prá mim
Faça de mim
O seu brinquedo
Você é meu enrêdo
Vem prá cá...
Te quero
Hum! Te espero
Não, não vai passar
O amor não falta estar...
Você pensa em mim
Eu penso em você
Eu tento dormir
Você tenta esquecer
Longe do seu ninho
Meu andar caminho
Deixo onde passo
Os meus pés no chão
Sou mais um na multidão...
O mar de sol
No leito do lar
E nem um rio
Pode apagar
O amor é fogo
E ferve queimando
Estou ferido agora
E sigo te amando
Você pode acreditar...
A mesma carta
O mesmo verbo
Em sonho só viver
Prá ti
Quem tem a chave
Do mistério
Não teme tanto o medo
De amar...
Me cego
Te enxergo
Não vai passar
O amor não tarda
Estar...
Te quero
Hum! Hum! Te espero
Não vai passar
O amor não falta
Estar...
Você pensa em mim
Eu penso em você
Eu tento dormir
Você tenta esquecer
Longe do seu ninho
Meu andar caminho
Deixo o óbvio e faço
Os meus pés no chão...
Sou mais um na multidão
Sou mais um na multidão
Sou mais um na multidão
Sou mais um na multidão
Sou mais um
Eu sou mais um na multidão
Sou mais um na multidão
Sou mais um na multidão...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Felicidade



com ele eu queria ser feliz
mas comigo ele não era feliz
tbem não foi feliz com outra
que eu sei!

Felicidade

tanta gente buscando ser feliz
e em poucos versos...
quantos infeliz's?

e hoje, seremos felizes?

com ele eu quero ser feliz
mas comigo ele tem medo de ser feliz
não será feliz de outro jeito
que eu sei!

Felicidade

a nossa batendo à porta
que ainda está com tranca
mas você não gira a chave
tem medo, eu sei!

Felicidade

Por quanto tempo insistirá,
em unir o nosso olhar,
Que ele finge não notar
Finge! Na verdade
nota, que eu sei

Felicidade

Estou cá a te esperar
Não demora
Eu to pronta pra voar
e para sempre te amar
Você sabe, né?  Eu sei!

Julia Campanucci



sábado, 17 de novembro de 2012

LENINE - Vieste



À hora e a tempo, soltando meus barcos e velas ao vento

Me dando alento, me olhando por dentro, velando por mim

De olhos fechados, num dia marcado, sagrado pra mim

Com a cara e a coragem, com malas, viagens  

Pra dentro de mim, meu amor



terça-feira, 13 de novembro de 2012

a lua foi ao cinema



A LUA FOI AO CINEMA
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!

Paulo Leminski Filho (PR 1944 — PR 1989



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Amor por Cachorros


Sempre ao seu lado


Posso assistir 300.000 vezes, 

hei de chorar as 300.000 vezes - é lindo demais! 


Aumenta a responsabilidade 

que tenho para com o Denguinho e a Denguinha ... gde amor! 


Saudade de muitos outros que já se foram...

Pantera, Ferinha, Tigresa, Manchinha, Donkey e Polar




Só para constar, Detalhe:


Eu deitada no sofá, 

o Denguinho assistindo o filme abraçadinho comigo 

e a Denguinha no meu pé 


#hajacoração