Lembrando que...

No meu blog há inúmeras imagens, artigos e materiais encontrados na internet.
Caso vc seja o autor de quaisquer materiais, deixe seu recadinho, que lhe darei os devidos créditos.
Sem mais,
Julia Campanucci

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Vem, se tiver hora marcada esquece e vem!



Eu tentei mas não deu pra ficar sem você
Enjoei de esperar
Me cansei de querer encontrar
Um amor pra assumir seu lugar
É muito pouco,
Venha alegrar o meu mundo que anda vazio, vazio
Me deixa louca
É só beijar tua boca que eu me arrepio,
Arrepio, arrepio
E o pior
É que você não sabe que eu
Sempre te amei
Pra falar a verdade eu também
Nem sei
Quantas vezes eu sonhei juntar
Teu corpo, meu corpo
Num corpo só
Vem!
Se tiver acompanhado, esquece e vem
Se tiver hora marcada, esquece e vem
Vem!
Venha ver a madrugada e o sol que vem
Que uma noite não é nada, meu bem
(Maria Rita)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tal qual...



‎"Fui abençoada com um coração meiguíssimo

 e em contrapartida com um pavio bem curto.

 Exatamente igual a um vidro:

 se me jogar no chão, eu quebro...

 mas se me pisar, te corto"





 By Martha Medeiros


o ideal...

domingo, 21 de agosto de 2011

Deixa eu te mostrar

Você tem o que eu procuro
e eu sei disso
sem nunca termos conversado de verdade.
Você gostaria de mim,
se me desse espaço para mostrar.
Eu sei disso.

Tati Bernardi


Deixa eu te levar prá ver o mundo. Deixa eu te mostrar o melhor que eu posso ser.

Chorão


Contato, tato com tato




Faz assim: me liga!
Mas, liga mesmo
Faz contato.
Ainda que o que eu queira de fato
Seja algo tipo: tato com tato.
Deixa eu ouvir tua voz
Falando o que eu quero ouvir
Me manda beijo, pede bis
Me encanta, canta
Me ama, me  faça feliz.

Clic:


sábado, 20 de agosto de 2011

É sempre igual...






Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final


Buarque

Salgueiro



O salgueiro que você plantou
De chorar quase morreu, resistiu e cresceu
Mas o cão adoeceu, sentiu sua falta demais
E a roseira lá de trás, deu rosa e concebeu, sem espinhos uma flor
que tem seu cheiro e o meu.
Pede a conta, meu amor
E volta pro que é teu.
(Emílio Santiago)





Parque, ele sempre pede bis...












domingo, 14 de agosto de 2011

Faça o teste...


TESTE DE PSICOLOGIA

Você vai precisar de lápis e papel para anotar o número da questão e a resposta, assim fica mais fácil para ver o resultado.
Dica: Antes de escolher a alternativa, IMAGINE e somente depois veja em qual das alternativas melhor se encaixa o que você imaginou.


TESTE :


1- Você está passeando a pé por um caminho. O que vê à sua volta?
a) uma floresta escura, com enormes árvores, que impedem até a passagem dos raios de sol.
b) um campo de milho, debaixo de um céu fantástico.
c) montanhas grandes, cobertas por árvores bem verdes.

2- Em qual objeto você quase tropeçaria?
a) um espelho.
b) um anel.
c) uma garrafa.

3- Você pegaria qualquer um deles?
a) sim
b) não

4- Seguindo pela mesma trilha, você tem que atravessar um pedaço cheio de água. O que seria?
a) um limpo, claro e sereno lago
b) uma ruidosa cachoeira
c) um borbulhante riacho

5- No meio da travessia, você vê uma chave dentro da água. Como ela é?
a) normal, de uma casa
b) uma bonita chave antiga
c) bem pequena, de cadeado

6- Depois de passar pela água, você continua andando e, logo a frente, vê uma casa. De que estilo?
a) uma mansão à la Hollywood
b) uma cabana com um gramado bem aparado
c) um lindo castelo em ruínas

7- O que você faz?
a) entra
b) olha pela janela
c) não se interessa

8- De repente algo cruza seu caminho e assusta você. O que é?
a) um urso
b) um mágico
c) um gnomo

9- Agora, você chega a um muro com uma porta e dá uma espiada no buraco da fechadura. O que vê do outro lado?
a) um jardim maravilhoso
b) uma lagoa no meio do deserto
c) uma praia com ruidosas ondas


 RESULTADOS:


1) A VIDA COMO VOCÊ A VÊ:




a) A floresta indica que você vai fundo nas coisas que quer, sabe identificar seus objetivos e conciliar suas metas, porém é quieto(a), calmo(a) e cauteloso(a). Todos que te conhecem o (a) acham interessante e  não se cansam de elogiar seu ar misterioso, já que, por nada neste mundo,  mostra seu verdadeiro eu logo de cara. Sabe ser um bom ouvinte.

b) O campo de milho indica que você é brilhante, sociável,  amável, brincalhão(ona). Faz amigos com facilidade e raramente se sente sozinho(a). Aonde quer que vá, é sempre o centro das atenções e, por  isso,  sente-se feliz e se diverte, digamos, até com uma certa facilidade.

c) Caso tenha escolhido as montanhas, é sinal de que você é prático(a),  tem senso de justiça, pé no chão e conquista as pessoas por sua  honestidade. Uma  prova disso é que sua atitude quando alguém pede que ajude a resolver um  problema. Antes de tomar qualquer partido, ouve as partes envolvidas.

2 ) A PESSOA DOS SEUS SONHOS:
a) A escolha do espelho mostra que você não acredita que "pólos opostos  se atraem" , quando isto é em relação ao amor, e que, só vai sossegar quando encontrar a sua "alma gêmea", a pessoa que tenha os mesmos ideais seus. Nada mais justo. Só que é bom olhar um pouco mais a sua volta, porque de repente a pessoa perfeita para você pode ser alguém que  normalmente você não olharia duas vezes.

b) A escolha do anel significa que você coloca os sentimentos acima de qualquer outra coisa na vida, até de seu amor próprio. Romântico(a), acredita em amor eterno, e rima "amor com dor". Mesmo quando está sofrendo e sendo rejeitado(a), continua acreditando que a pessoa um dia vai descobrir que te ama. No seu projeto de vida, embora não admita, quer que seu parceiro(a) cuide de você e supra suas carências.

c) Se escolheu a garrafa você é ambicioso(a), inteligente, prático(a) e quer um(a) companheiro(a) que ajude e batalhe ao seu lado, mais do que amor, paixão, busca, companheirismo e um parceiro(a) esperto(a), disposto(a), colaborador(a). Dos chamados "moscas mortas", você prefere manter distância.


3) VOCÊ QUER UM COMPROMISSO SÉRIO?
a) Se respondeu sim, você não vê a hora de encontrar a  pessoa certa, ou estando com alguém não tem problemas em se envolver.

b) Se respondeu não, tem outras prioridades, pelo menos por enquanto.

4) LIMITES DA PAIXÃO:
a) O lago reflete seu desejo de querer se ver livre de relacionamentos superficiais. Porém, só quando encontrar alguém muito especial, é que vai mergulhar de cabeça.

b) A cachoeira revela que você gosta de conquistar, esbanjar seu charme e saber que as pessoas se apaixonam facilmente por você, mesmo que para você logo tudo perca a graça. Mas sempre aparece alguém novo, aliás, muito natural.

c) O que um riacho é capaz de fazer, não? Você vive apaixonado(a) e sempre por alguém diferente. Você é movido à paixões e emoções intensas, passionais. Não dá outra: está sempre com uma pessoa diferente e sempre jurando que encontrou o amor de sua vida.

5) FUTURO BRILHANTE:
a) Se viu a chave de uma casa, você tem uma vontade secreta de abrir novos horizontes na sua vida, só não sabe que rumo seguir.

b) Se viu a chave antiga, mostra que você tem garra e uma vontade ilimitada de aprender tudo o que puder e que vai atrás e luta por seus objetivos.

c) Ver a chave do cadeado significa que, você acredita na sua intuição para ajudá-lo(a) a encontrar um caminho, fora do comum, que te abrirá as portas do sucesso.

6) QUEM É QUE NÃO TEM AMBIÇÃO?
a) Escolher a mansão, quer dizer que você possui vários objetivos na vida, e muito legais. Além disso,  se esforça para ser o (a) melhor em tudo que faz e sente-se atraído(a) por atividades que dão chance de expressar sua criatividade.

b) A cabana é a visão de uma pessoa realista sobre seu próprio futuro e que tem os pés firmemente plantados no chão. E provavelmente vencerá em qualquer atividade usando o esforço próprio.

c) Caso tenha achado o castelo mais simpático, é porque ainda não conseguiu decifrar muito bem o que deseja para o amanhã. Enquanto isso, para  não se desapontar, caso alguma coisa dê errado, prefere sonhar com o que vai fazer com o dinheiro todo que irá ganhar, quando ficar milionário.

7) QUANDO O SUCESSO CHEGAR
a) Entrar na casa é ter confiança em tudo o que faz, sabendo que existe sempre a possibilidade de erro ou acerto. Sendo assim, nada consegue atrapalhar seu caminho.

b) Se você olhou pela janela, é porque tem medo de falhar e por isso, desiste de tudo, sem ao menos ter tentado.

c) Caso não tenha se interessado, é porque você se contenta com coisas simples e prefere não correr atrás do sucesso.

8) MEDO DE QUÊ?
a) Para você, que escolheu o urso, depender de alguém é a coisa pior que pode te acontecer na vida. Na sua opinião, uma pessoa alcança a felicidade a partir do momento em que estiver pronta para andar com os próprios pés.

b) Através do mágico, você demonstra o receio que tem com as situações que estão fora do seu controle. Porém, para aliviar tamanha tensão, procura ajuda com um poderoso gurú e explicações sobrenaturais para seus problemas pessoais.

c) O gnomo é o retrato de uma pessoa preocupada com que os outros vão pensar dela, como os outros vão reagir se disser ou fizer coisas que elas não gostam ou aprovam. Afinal por que tanto medo de não ser aceito(a)?

9) SEU EU MAIS PROFUNDO
a) Escolhendo o jardim, você provou que é maduro(a), honesto(a), sensível e dono(a) de uma inteligência privilegiada. Não é a toa que todos confiam em você de olhos fechados.

b) Se escolheu a lagoa, ela apenas reforça a sua necessidade de ter seu próprio espaço, até para se  isolar quando sente que as coisas não andam lá como tinha planejado. Chegará  um dia em que você descobrirá que compartilhar os sentimentos com alguém de sua confiança poderá ajudá-lo(a) a ficar melhor.

c) A praia é a escolha de quem é apaixonado(a) pela vida, nada convencional, com opiniões próprias e nem um pingo de receio de defendê-las e mudá-las, se for preciso.

Respostas da Julia:

1- C  ( montanhas )
2- C  ( garrafa )
3- B  ( não pegaria )
4- C  ( um riacho )
5- B  ( a chave antiga )
6- B  ( uma cabana )
7- B  ( pela janela )
8- A  ( medo do urso )
9- C  ( a praia )

1) A VIDA COMO VOCÊ A VÊ:
c) Caso tenha escolhido as montanhas, é sinal de que você é prático(a),  tem senso de justiça, pé no chão e conquista as pessoas por sua  honestidade. Uma  prova disso é que sua atitude quando alguém pede que ajude a resolver um  problema. Antes de tomar qualquer partido, ouve as partes envolvidas.


2 ) A PESSOA DOS SEUS SONHOS:
c) Se escolheu a garrafa você é ambicioso(a), inteligente, prático(a) e quer um(a) companheiro(a) que ajude e batalhe ao seu lado, mais do que amor, paixão, busca, companheirismo e um parceiro(a) esperto(a), disposto(a), colaborador(a). Dos chamados "moscas mortas", você prefere manter distância.


3) VOCÊ QUER UM COMPROMISSO SÉRIO?
b) Se respondeu não, tem outras prioridades, pelo menos por enquanto.


4) LIMITES DA PAIXÃO:
c) O que um riacho é capaz de fazer, não? Você vive apaixonado(a) e sempre por alguém diferente. Você é movido à paixões e emoções intensas, passionais. Não dá outra: está sempre com uma pessoa diferente e sempre jurando que encontrou o amor de sua vida.


5) FUTURO BRILHANTE:
b) Se viu a chave antiga, mostra que você tem garra e uma vontade ilimitada de aprender tudo o que puder e que vai atrás e luta por seus objetivos.


6) QUEM É QUE NÃO TEM AMBIÇÃO?
b) A cabana é a visão de uma pessoa realista sobre seu próprio futuro e que tem os pés firmemente plantados no chão. E provavelmente vencerá em qualquer atividade usando o esforço próprio.


7) QUANDO O SUCESSO CHEGAR:
b) Se você olhou pela janela, é porque tem medo de falhar e por isso, desiste de tudo, sem ao menos ter tentado.


8) MEDO DE QUÊ?
a) Para você, que escolheu o urso, depender de alguém é a coisa pior que pode te acontecer na vida. Na sua opinião, uma pessoa alcança a felicidade a partir do momento em que estiver pronta para andar com os próprios pés.


9) SEU EU MAIS PROFUNDO:

c) A praia é a escolha de quem é apaixonado(a) pela vida, nada convencional, com opiniões próprias e nem um pingo de receio de defendê-las e mudá-las, se for preciso.







Pronto pra decolar...



O HOMEM, AS VIAGENS

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e  pouca diversão
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua
Lua humanizada: tão igual à Terra
o homem chateia-se na Lua
Vamos para Marte, ordena à suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
humaniza Marte com engenho e arte
Marte humanizado, que lugar quadrado
vamos a outra parte?
Claro  diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos à Vênus
o homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto, é isto?
Idem
Idem
Idem
O homem funde a cuca se não for à Júpiter
proclamar justiça com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório
 Outros planetas restam para outras colônias.
o espaço todo vira Terra-a-terra.
o homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para te ver?
 Não  vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol
põe o pé e:
Mas que chato é o Sol, falso touro espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si mesmo a si mesmo:
por o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

(Carlos Drummond de Andrade)



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

De ponta a ponta, por favor!




Amores mal resolvidos
Arnaldo Jabor

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo.
Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece?
Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto.
Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo.
Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não.
Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais.
Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote.
O amor tem que ser vivenciado.
Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar.
E tem que ser vivido em sua totalidade.
É preciso passar por todas etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor.
Usufrua-o até o fim.
Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize.
Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade.
Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente.

Blogar, é meu jeito de dizer...



 "Me empresta seu peito porque a 
dor não tá cabendo só no meu."

 (Tati Bernardi)

domingo, 7 de agosto de 2011

Até pensei...



Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha
Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha 



(Buarque)

sábado, 6 de agosto de 2011

Defeito 10



Tenho no peito tanto medo,
É cedo
Minha mocidade arde,
É tarde
Se tens bom-senso ou juízo,
Eu piso
Se a sensatez você prefere,
Me fere
Vem aplacar esta loucura,
Ou cura
Faz deste momento terno,
Eterno
Quando o destino for tristonho,
Um sonho
Quando a sorte for madrasta,
Afasta
Não, não é isto que eu sinto,
Eu minto
Acende essa loucura
Sem cura
Me arrebata com um gesto
Do resto
Não fale, amor, não argumente
Mente
Seja do peito que me dói,
Herói
Se o seu olhar você me nega
Me cega
Deixa que eu aja como louco,
Que é pouco
No mais horroroso castigo,
Te sigo



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Pequeno Príncipe e a Raposa



Quisera eu não tê-lo cativado
Quisera eu não tê-lo encontrado

Mas nos esquecemos
Não lembramos

E no dia do adeus ...
É, acho que choramos!

Mas agora somos únicos
ele é meu e eu sou dele

e tantas vezes eu penso em voltar
pra dele cuidar, outra vez

Não estaria ele sentado,
em algum lugar, a me esperar?

Quem há de saber... (?)
o essencial é invisível aos olhos

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Me acostumei... e não devia!






Eu sei, mas não devia









Eu sei que a gente se acostuma.

Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.

A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.

Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma





Marina Colasanti